
Quatro acadêmicas do segundo semestre do curso de Medicina da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) de 19, 20, 21 e 25 anos, procuraram a PC (Polícia Civil) para denunciar caso de importunação sexual durante realização de prova na casa de uma professora localizada no Bairro Portal, em Dourados.
Conforme consta no boletim de ocorrência, as alunas foram informadas pela professora que a prova da disciplina de neuro anatomia seria aplicada na residência dela. Então, em data e horário marcados, as jovens foram até o local e inicialmente foram recebidas por um idoso vestindo apenas cueca.
Em seguida, a professora apareceu na porta, se decupou e pediu para as alunas entrarem. Enquanto aguardavam a chegada de mais um acadêmico na sala, rapaz com idade entre 25 e 30 anos, chegou pelas costas das vítimas e ou a abraçar e beijar cada uma delas, inclusive, segundo consta no registro policial, conseguindo beijar a boca de uma das garotas.
O detalhe é que o fato teria ocorrido na presença da professora que não o impediu. Uma das acadêmicas, para se desvencilhar, disse que tinha namorado, e o jovem continuou com afirmações como: “quanta mulher bonita, quero tirar foto com elas”.
A professora, que é mãe dele, pediu desculpas e disse para outra pessoa da casa tirar o filho, alegando que ele tem TEA (Transtorno do Espectro Autista).
Mesmo abaladas, a prova foi realizada e ao término, a professora que também atua como médica psiquiatra em Dourados, disse que quem não gostou da nota, deveria estudar e retornar.
Aos policiais as acadêmicas contaram ainda que souberam que tal professora já havia sido proibida de aplicar avaliações em sua residência, entretanto, não questionaram, pois além dela ser autoritária, todas precisavam de nota, porém.
Por fim, as comunicantes relataram que ficaram completamente abaladas emocionalmente e constrangidas com toda situação sofrida desde o recebimento delas no local, entretanto, não souberam como se manifestarem justamente por estarem na casa e na presença de uma professora do curso de Medicina.
O que diz a UFGD
Em nota publicada no site da instituição, a Reitoria da Universidade Federal da Grande Dourados manifestou seu repúdio a todas as formas de violência contra as mulheres, especialmente diante da denúncia de importunação sexual envolvendo estudantes de Medicina na noite do dia 9 de junho de 2025.
“A UFGD já está adotando os procedimentos de apuração e responsabilização no âmbito da Corregedoria da universidade, acompanhará o caso em contato com a Polícia Civil e prestará todo o apoio necessário para a apuração dos fatos, fornecendo as informações e documentos que forem demandados pelas autoridades competentes.
Internamente, a Universidade está adotando as providências cabíveis para garantir o acolhimento adequado às vítimas e assegurar que medidas disciplinares e istrativas sejam tomadas, conforme os regulamentos institucionais e a legislação vigente.
Reiteramos nosso compromisso com a promoção de um ambiente acadêmico seguro, respeitoso e livre de qualquer tipo de violência ou assédio. A UFGD seguirá trabalhando para fortalecer políticas de enfrentamento à violência de gênero e para promover a conscientização de toda a comunidade universitária.
Mais informações serão divulgadas conforme o andamento das investigações”.